domingo, 22 de junho de 2008

No Vale Das Sombras


Título original: In The Valley of Elah
Ano de lançamento (E.U.A): 2007
Direção: Paul Haggis


Desculpem pela demora. Mas agora de computador novo e férias da faculdade serão mais de dois ou três posts por semana, juro ! rsrsrs

No seu segundo filme como diretor Paul Haggis mostra mais uma vez um certo talento e um futuro bastante promissor quanto
à sua carreira no cargo de direção. Depois de Crash (vencedor do Oscar de melhor filme, embora não altamente merecido), ele nos traz mais recentemente uma alusão crítica a Guerra do Iraque, retratada como apenas um elemento a mais no filme, mas como o mais importante e causador de tudo que acontece com seus personagens. Embora possua um inicio meio monótono (talvez por ser apenas explicatório sem apresentar respostas à trama), esse é extamente o que o filme fica longe de ser no desenrolar da história. Algo muito trabalhoso e difícil de ser alcançado em filmes longos como esse.

No longa, logo na primeira semana após voltar do Iraque, o filho de
Hank (Tommy Lee Jones) e Joan (Susan Sarandon) desaparece e é considerado foragido do exercito. Após saber do caso Hank, ex-policial militar e veterano do Vietnan decide partir em busca de seu filho. Quando o corpo do jovem é encontrado totalmente carbonizado e desfigurado Hank se junta a investigadora Emily Sanders (Charlize Theron) para descobrir quem teria feito aquilo. Na medida em que os dois vão solucionando os fatos, passam a se ver dentro de um crime no qual teriam que enfrentar o alto escalão militar para desvendarem o caso.

A direção madura e persistente de Paul Haggis faz com que os atores possuam liberdade nas cenas e embora não haja nada demais nas atuações de Charlize Teron e Susan Sarandon (desperdiçada no longa) é Tommy Lee que arranca elogios com sua atuação mais do que excelente, mas também fruto do trabalho talentoso do ator. Como percebe-se facilmente no filme, o personagem de Tommy Lee raramente se deixa abater pelo que esta acontecendo, ele encara tudo de cabeça erguida e com o choro preso na garganta e nos olhos. Tommy Lee nos passa de maneira triste, revoltante e oculta os sentimentos do personagem.

A
crítica a guerra é claramente refletida através dos vídeos do celular do filho, no qual ele consegue recuperar, e vê seu próprio filho torturando iraquianos junto com todos os outros. O filho dele poderia não ser uma pessoa má, mas a guerra o transformou naquilo que se vê e se acha completamente normal em tempos de guerra. Como combatente do Vietnam Hank acha certa a Guerra do Iraque, mas à medida dos acontecimentos e das verdades virem à tona ele passa a refletir e discordar da guerra.

Num final onde se mostra claramente a discordância de Hank com o estado atual de seu país, bastante similar com a história da mulher que perdeu o filho na Guerra do Iraque em Farenheith-11 de setembro, de Michael Moore. Ela que antes apoiava todas as guerras dos E.U.A e inclusive teve vários de seus parentes nas outras guerras anteriores, ficou bastante revoltada e oposicionista ao governo após seu filho ser morto.

Filme superior a Crash e que mostra a ascensão do diretor Paul Haggis, além de demonstrar uma clara preocupação dos americanos do Iraque, como se vê em vários longas, curtas e documentários.

Cotação: 7.5

10 comentários:

Matheus Pannebecker disse...

Acho um bom filme, mas inferior a Crash. Acho que o grande destaque aqui é o elenco, em especial Tommy Lee Jones e Susan Sarandon (que arrasa em cada uma de suas cenas).
Dei a mesma nota que você.

Pedro Henrique Gomes disse...

Gostei consideravelmente de No Vale das Sombras. Vi ótimas atuações de Tommy Lee e Sarandon, mas o roteiro não me conquistou tanto quanto o de Crash. Mas o filme é bom sim.

Abraço!!!

Anônimo disse...

Eu gostei bastante do filme, mas considero pior que Crash (obviamente, já que Crash é um dos filmes da minha vida).

Mesmo assim me fez ainda crer no Paul Haggis como um diretor em ascensão. Tomara que ele continue a dirigir mais trabalhos.

Anônimo disse...

Acho "No Vale das Sombras" inferior à "Crash". O que não diminui o valor dessa obra mais recente do Paul Haggis. O filme é belíssimo e conta com ótimas atuações de seu excelente elenco.

Anônimo disse...

Concordo que esse filme é superior a Crash.
Achei bem interessante.

Unknown disse...

Pois é, eu acho Paul Haggis uma enganação. Televisivo demais, cinematográfico de menos. Acho Crash um fiasco, lotado de clichês e sentimentalóide demais. Câmeras lentas, musiquinhas tristes,atuações fechadas nos rostos, edição primária. Minha opinião...rs...

Pô, descasquei o filme! hahahaha! Por isso, nem me interesso pelas obras dele.

Tô vendo que sou minoria. Mas é isso, né? O que seria do mundo se todos gostassem de azul?

Abs!

Anônimo disse...

Não gosto nem um pouco do Paul Haggis e com esse "No Vale das Sombras" não foi diferente. Além de não me emocionar em momento algum, também fiquei decepcionado com o elenco. Até mais!

Anônimo disse...

Gostei bastante. Simbólico, triste e um depertar para os americanos, revelando a triste perda da ilusão do patriotismo que os cerca.

Nota 8,0

Ciao!

Marcel Gois disse...

Ótimo filme do Paul Haggis, também achei bem superior a Crash. Crítica clara que o roteiro foi um dos pontos que mais me fizeram gostar do filme. Sem tirar o mérito da direção que se mostrou bem mais madura, aqui.
Além de atores bem inspirados. =D

Sergio Deda disse...

Ao contrário da maioria, acho No Vale Das Sombras superior a Crash, por ser um filme muito mais maduro ciente do que está passando ao espectador..