terça-feira, 22 de dezembro de 2009

BDC Awards 2009 - Principais Categorias

Como prometido cá estou com os vencedores das principais categorias do BDC Awards 2009, as únicas que ainda faltavam serem anunciadas. Lembrando novamente, os filmes indicados há muitos meses atrás rsrs são apenas longas que estreiaram dentre 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2008 no BRASIL. O BDC Awards 2010, mais organizado com certeza, será o mesmo esquema, porém logicamente serão incluídos os filmes estreantes no ano de 2009 no nosso país. Em outra postagem farei um balanço sobre os vencedores e fatos curiosos sobre a primeira edição da premiação, que embora tardia, terminou, e como tardia kkkkk. Todos os vencedores de quaisquer categorias podem ser vistos na barra lateral do blog à sua direita. O Prêmio do Júri infelizmente fica para próxima edição da premiação, que deverá ocorrer já agora em fevereiro.


Melhor Filme
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Sangue Negro (Paul Thomas Anderson): obra-prima em todos os sentidos, um sentimento visual e sádico instigante. Ambição, loucura, traição, fanatismo, falsidade. Com planos revolucionários, enquadramento de cenas sublimes, atuações esplêndidas e uma direção que figura nada menos entre as maiores que pude avaliar. ´´There Will Be Blood`` é um filme completo, P.T.A trouxe-nos o melhor filme deste novo século até então. Cotação máxima, dentro de alguns anos esta película se tornará um dos grandes clássicos do cinema, o tempo dirá.

2. Onde os Fracos Não Têm Vez (Joel e Ethan Coen)
3. O Escafandro e a Borboleta (Julian Schnabel)
4. Batman - O Cavaleiro das Trevas (Cristopher Nolan)
5. Gomorra (Mateo Garrone)


Melhor Diretor
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Paul Thomas Anderson, por Sangue Negro: Um dos melhores senão o melhor da nova safra de cineastas, P.T.A entra com Sangue Negro num patamar dos grandes diretores americanos. Após seus últimos e espetaculares três últimos filmes a sua direção ambiciosa, épica, detalhista e extremamente perfeccionista foi o motor propulsor da obra. Sempre sarcástico e violento ao explorar seus personagens o diretor nos traz de maneira irônica a uma época do passado no qual muito se aplica ao presente, tamanha a força da ambição ao tomar posse completamente do homem.

2. Julian Schnabel, por O Escafandro e a Borboleta
3. Joel e Ethan Coen, por Onde os Fracos Não Têm Vez
4. Cristopher Nolan, por Batman - O Cavaleiro das Trevas
5. Matteo Garrone, por Gomorra



Melhor Ator
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Daniel Day-Lewis, por Sangue Negro: seria loucura não escolhê-lo. Sua performance dispensa quaisquer comentários, destarte estamos falando de uma das dez maiores atuações da hisória do cinema. Day-Lewis (junto com Sean Penn o maior de sua geração) é Plainview, ele é o monstro, o vilão, a escuridão, a ambição, a perdição, ele é o filme. Tal personagem jamais será esquecido, do contrário deverás ser cotidianamente imitado ou servir-se de inspiração, tudo graças a Daniel Plainview, ou desculpas, Daniel Day-Lewis.

2. Viggo Mortensen, por Senhores do Crime
3. Sam Riley, por Control
4. Emmile Hirsch, por Na Natureza Selvagem
5. Philip Seymour Hoffman, por Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto

Melhor Atriz
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Anamaria Marinca, por 4 meses, 3 semanas e 2 dias: Gosto bastante do longa romeno, embora não o considere uma obra-prima como muitos o fazem. Porém o motivo principal pela minha ótima avaliação do filme deve-se muito à atuação da bela. Consistente e tensa numa personagem extremamente conflituosa e entretanto sempre decidida e perpicaz de maneira às vezes até fria. O realismo e a natureza trágica da obra trancedem-se constantemente no rosto interpretado por Anamaria Marinca.

2. Julie Cristhie, por Longe Dela
3. Keira Knightey, por Desejo e Reparação
4. Martina Gusman, por Leonera
5. Rebeca Hall, por Vick Cristina Barcelona



Melhor Ator Coadjuvante
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Heath Ledger, por Batman - O Cavaleiro das Trevas: Um vilão memorável, construído nos minímos detalhes para formar a origem perturbadora e sombria do Coringa. Faço das palavras ditas à atuação de Daniel Day-Lewis em Sangue Negro as mesmas a serem aplicadas aqui. Heath Ledger se entrega completamente à essência do personagem, seu estilo sombrio, irônico, violento e anarquista faz-se pelas caricaturas de Heath, que nos entrega possivelmente o sociopata mais completo dos cinemas. Com dó no coração não votei num psicopata, no segundo colocado, a batalha entre os dois foi árdua na minha cabeça.

2. Javier Bardem, por Onde os Fracos Não Têm Vez
3. Josh Brolin, por Onde os Fracos Não Têm Vez
4. Paul Dano, por Sangue Negro
5. Gael Garcia Bernal, por Ensaio Sobre a Cegueira



Melhor Atriz Coadjuvante and the BDC awards goes to...


Saiorse Roman, por Desejo e Reparação: 2008 não foi um ano de grandes atuações femininas diga-se de passagem e Roman destacou-se por ser uma criança e ter conseguido transferir enorme emoção e vitalicidade para a garota, no caso a personagem que mimada e inconsciente comete um erro terrível, e como a trama denota e a própria atriz procura explorar, o episódio ocorrera mais pelo fato de se tratar de uma criança, imatura e faça-se razão egoísta.

2. Cate Blanchet, por Não Estou Lá
3. Penélope Cruz, por Vick Cristina Barcelona
4. Marisa Tomei, por Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto
5. Marcia Gay Harden, por O Nevoeiro

De antemão BOAS FESTAS A TODOS. UM FELIZ NATAL E UM FIM ANO REPLETO DE ALEGRIA! E PAZ!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

I Am Back!


Voltei!

Infelizmente tive que abandonar o blog temporariamente e sem aviso prévio devido a contratempos, responsabilidades cotidianas, casos fortuitos e também devo admitir por um certo desleixe de minha parte. Enfim sem enrolar muito vou aproveitar as férias tão esperada e que finalmente chegaram para retomar normalmente a atividade na comunidade blogueira. Fiquei fora de praticamente tudo que aconteceu por aqui, será uma sensação de começar de novo ao voltar a escrever nesta página. Inclusive uma das prioridades para regularizar e adequar o Blog dos Cinéfilos seria divulgar os principais vencedores de uma certa premiação que começou a muitos meses atrás, o BDC Awards 2009. Entretanto como passou completamente a temporada de premiação nos blogs dos filmes estreantes do ano de 2008 no Brasil e como muitos justificadamente sequer lembram de tal premiação criada pelo Blog dos Cinéfilos, afinal estamos caminhando freneticamente para um promissor 2010, os vencedores das catgorias restantes (filme, diretor, ator e atriz leading e supporting) serão numa mesma nota divulgados e parabenizados.

Peço perdão a todos aqueles que acompanhavam este humilde blog e confirmo minha saudade em acompanhar os vossos também. Hoje irei somente organizar alguns elementos nesta página e retomar meu contato com todos é lógico. Amanha ou quarta devem sair os principais vencedores do Blog dos Cinéfilos Awards 2009. E quinta tem o especial de natal rsrs. Bom, abraço a todos e que tenhamos um fim de ano repleto de alegrias e um começo de ano melhor ainda, desde já boas festas!!!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Marcha dos Pinguins


Título original: La Marche de L´Emperour
Ano de lançamento (E.U.A/França):
Direção: Luc Jacquet

Imenso fã de documentários sempre procurei acompanhar o que de novo surgia no gênero atualmente, certas vezes um documentário nos transborda tanto para aquele mundo, aquela situação, que nos sentimos inúteis ou até perplexos, já que diferente de um longa de ficção, aquilo está realmente acontecendo, é o verdadeiro mundo real, a trama existente abordada por uma determinada temática. Porém tinha receios quanto ao documentário francês vencedor do Oscar ´´A Marcha dos Pinguins``, pensava que poderia se tornar só mais uma aula educacional dos canais National Geographic ou Animal Planet (ótimas, mas com um certo tempo enjoativas). Entretanto o longa francês em nada se parece com o a visão adotada pelas filmagens do canal, já que possuindo um estilo de narrativa totalmente diferente e inovadora a percepcção que retiramos da trama se encaixa perfeitamente na denúncia de uma visão egoísta nossa, ao ponto que forçando-nos a encarar e ver aqueles animas como seres-humanos, sentimos pena, torcemos, e sim, quase choramos. Eu mesmo repeti comigo mesmo por diversas vezes ao longo da película; ´´gente..``, ´´povo...``, ´´menino...``. E em contrapartida somos obrigados a perceber que seres ditos irracionais possuem uma trajetória de vida mais condizente com a de um ser extremamente racional.

Na Antártica (local mais inabitável da Terra), a cada inverno, milhares de pinguins imperadores deixam o confortável habitat do oceano e sobem à terra congelada rumo interior, onde todos inexplicavelmente marcham ao terreno onde encontrarão um par para a reprodução de sua espécie. Essa épica e emocionante trajetória das diversas fases da reprodução e criação dos filhotes é mostrada passo a passo, desde da saída destes para o solo, o encontro com todos, o caminhar rumo ao local, as uniões dos pares, a reprodução, o surgimento do ovo, a caça à comida das fêmeas enquanto os machos protejem o ovo, a libertação dos filhotes, o retorno das fêmeas, a partida dos machos em busca de alimentos, o reencontro da ´´família``, o amadurecimento dos filhotes, e enfim, a volta ao oceano, culminando mais brevemente aos filhotes o mesmo destino. Que imensa vontade senti em utilizar as palavras mãe, pai e filho neste parágrafo. Pois é exatamente este o intuito inteligente e perturbador do diretor Luc Jacquet e do roteirista Michel Fessler, nós espectadores nos sentimos tocados, ao passo que cria-se a freneticidade e curiosidade a todo minuto da projeção, algo complicadissimo, fato que não aparece uma pessoa sequer durante o filme. Portanto encararmos aqueles animais como humanos acaba por desencadear num sentimento nosso pela assim diga-se odisséia dos pinguins.

A narração em off brilhantemente apresentada e executada explica toda a situação de maneira inimaginável, pelo ponto de vista dos próprios pinguins, tais como estes tendo diálogos e pensamentos refletidos na tela pela voz suave de seus narradores (a oficial francesa), a epopéia se torna tão instigante por ser cruel, linda, e trágica. Minuto a minuto queremos saber o que ocorrerá, não por mera curiosidade da vida animal, mas por interesse e solidariedade pelos ´´personagens`` reais. A grandeza do documentário é notável, já que esse período dura vários meses e possui inúmeras fases e complicações distâncias imensas de locais, portanto é fantástico como conseguiram capturar e demonstrar tudo, realmente tudo que acontece, através de câmeras vivissimas a imagem dos pinguins torna-se deslumbrante, uma verdadeira obra de arte das descobertas. Uma pena também a edição do longa não ter sido ao menos indicada ao Oscar, prêmio que merecia disparadamente ganhar. A introdução de uma sequência cronólogica na vida dessas aves realiza-se num dos trabalhos de montagem mais brilhante que tive a oportunidade de assistir. Nada é perdido, cada minímo detalhe é mostrado com precisão, por mais que este seja cruel ou impensável.

Outro ponto importante fora o implemento de uma trilha sonora poética e suave, a mais humana possível, além de músicas primordialmente tocantes em momentos especificos de ´´drama interior`` onde inexistia uma narração para explicar o ocorrido, e não precisava, pela beleza da imagem percebia-se o significado do momento. ´´Gente``, ´´menino``, ´´mãe``. Foram algumas das palavras que repeti durante a projeção da fita. As capturas do documentário nos fazem pensar, pois mesmo os pinguins-imperadores são obviamente irracionais, mas por que estes possuem atitudes tão humanas? Por que retiramos de muitas de suas atitudes as mesmas que as nossas em família ou sociedade? Coisas da natureza, demonstrada com louvor num verdadeiro épico documentário. Até o mais aversivo aos animais vai se deleitear e emocionar-se com o ´´senso humano`` da marcha dos pinguins-imperadores.

Cotação: 9.0

**Caso assista, vai com certeza querer saber mais sobre a maior ave da família Spheniscidae (pinguins), então acesse aqui.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Great Moments #2

A postagem anterior fora mais uma tentativa frustada de voltar definitivamente com as atividades normais do blog, e peço desculpas. Como todos sabem administrar um blog e criá-lo e torná-lo de maneira acessível e entretiva para quem o ler e acompanha requer um certo tempo da vida diária do blogueiro, e este bendito tempo esteve realmente muito difícil para mim. Logo após a postagem ´´Great Scenes #5`` começou uma bateria de trabalhos e testes na faculdade, e sinceramente pensei que teria tempo de conciliar ambos os compromissos, faculdade, concurso e blog; mero engano. Ao acabar o período de testes finalmente voltaria a escrever normalmente para o blog, mas uma doença desgraçada me impossibilitou tanto de escrever no blog como de frequentar as aulas da faculdade, fiquei quase duas semanas sem um nem outro. Só televisão, Bob Esponja rsrs, jogos do Flamengo e do A.S Roma (meu time na Europa, eu sei, é meio idiota, mas fazer o que...), um completo tédio ficar assistindo tv 24 horas por dia, sem poder sair ou até ler um livro (mais pela impaciência em que eu me encontrava), ok, alguns filmes alugados e muitos meu eu pude assistir e melhoraram um pouco a situação, mas mesmo assim foi um saco kkkk. Bom, agora estou completamente melhor e habilitado para escrever, aliás realmente não sabia o que escrever na postagem de retorno, então resolvi esclarecer porque o blog ficou inativo por tanto e tanto tempo, e como de praxe neste tipo de postagem um bom e velhor vídeo postado para um regresso bem light, descontraído e ameno.

O vídeo da vez é um ´´Great Moments`` e diz respeito a um dos momentos mais emocionantes da história das cerimônias do Emmy, quando a minissérie ´´Band of Brothers``, uma obra-prima absoluta produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks, ganhou na categoria de melhor filme ou minissérie dramátiva feito para tv. Tornou-se um fato memorável e histórico devido o vídeo ao vivo mostrado na íntegra da premiação da reunião dos verdadeiro homens, heróis ou bastardos pouco importa, da Easy Company, e como estes estavam singelamente tocados pela gratificação. Em termos de realismo e dramatismo ´´Band of Brothers`` é possivelmente o maior relato já feito sobre a atuação americana na Segunda Guerra Mundial, nos mostra soldados como seres-humanos, não máquinas, mas sim pessoas frágeis e com falhas imperdoáveis, longe de serem ou se auto-denominarem heróis, mas que na situação em que se encontravam, enaltecemos ou mesmo perdoamos seus atos. Um prato cheio para os fãs do gênero, eu sou um destes, principalmente quando o tema é Segunda Guerra.
Espero realmente estar de volta! E retornar imediatamente com o BDC Awards 2009!




Título original: Band of Brothers (minissérie)
Ano de exibição (E.U.A): 2001

sábado, 4 de abril de 2009

Great Scenes #5

Opa!!! Lembram de mim? kkkkkkkk. Mais uma vez tentando retornar à ativa na atividade blogueira cinéfila, e se tudo der certo agora é para valer. Na medida do possível tentarei me informar das notícias e acontecimentos que andam ocorrendo no meio, assim como responder a Memes e selos, e também entregar o resultado final do BDC Awards 2009, já que faltam apenas as 6 categorias principais e o Prêmio do Juri. Voltando alguns dia depois do meu aniversário, e inclusive, gostaria de agradecer à homenagem feita pelo meu amigo Marcel (Talking About Movies), valeu mesmo brother!

Bom... voltando de forma amena e light, postarei um Great Scenes, numa cena de um filme que conferi recentemente. Arrependo-me profundamente e provavelmente serei crucificado por nunca tê-lo visto anteriormente. O filme é ´´Billy Eliot``, uma magnifica e exemplar obra do estilo clássico do cinema moderno. Trama triunfal e tocance, atuações fantásticas (principalmente do Jamie Bell, que merecia uma indicação ao Oscar), montagem, trilha e fotografia exuberantes em estética, e uma direção criativa e perspicaz de Stephen Daldry no seu primeiro e até agora melhor filme, aliás esta cena é o mais claro exemplo da genialidade inovadora do diretor. Talvez a mais famosa sequência do longa (dentre várias marcantes), onde vemos Billy dançando de raiva enquanto tenta se controlar inutilmente para não fazê-lo, além de engraçada é belissima. Reparem o foco utilizado por Daldry ao apostar em vários planos médios expressionistas e em constante movimento com o personagem, seguindo-o e enfocando-0. Simplesmente espetáculo, numa cena nada mais que clássica, neste que é um dos melhores filmes da década.




Título ogirinal: Billy Eliot
Ano de lançamento (Inglaterra): 2000
Direção: Stephen Daldry

segunda-feira, 16 de março de 2009

Watchmen - O Filme


Título original: Watchmen
Ano de lançamento (E.U.A): 2009
Direção: Zack Snyder

Confesso, e sim, me envergonho. Tantas e tantas pessoas falavam da adaptação deste graphic novel, faziam enorme avolroço, expectativa, muitos o listavam no patamar como o filme mais esperado do ano, enquanto outros, o consideravam como a adaptação de HQ dos cinemas mais esperada da história. ´´Nossa, que exagero!``, pensei. Mas não, não é, os quadrinhos inventado por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons é o panorama de uma realidade fantasiosa e ficticia, mas que a todo momento soa mais real do que a própria realidade de sua época, mostra um mundo perdido entre indivíduos parodoxos e igualmente transtornados, mas comuns em relação à situação em que se encontram, pois sabiam estes que tudo fora resultado de suas próprias atitudes, ações saídas de suas mãos, e como dito numa passagem do filme (e acredito também no HQ) não haveria como impedir a natureza humana de tomar seu curso, sua evidente trajetória à desgraça. E se, felizmente, esse aspecto sombrio não tomou face naquela época, ele parece estar cada vez mais próximo e real, o que torna a estória de Alan Moore contundente a qualquer época que seja, hoje ou 20 anos à frente. Por isso, mesmo sendo uma graphic novel, é considerada por muitos como uma das maiores obras da literatura de língua inglesa da história, e portanto a adaptação para os cinemas era aguardada ansiosamente, e temerosamente pelos seus inúmeros fãs em todo o mundo.

E levando em consideração este ponto, Zack Snyder e seus roteiriristas acertaram em cheio tamanha a dificuldade de adaptação da obra, sempre sob olhares atentos. Em 1977 é aprovada nos E.U.A a Lei Keene, que proíbe as atividades dos mascarados em combate ao crime. Um mundo onde os E.U.A venceram o conflito no Vietnã, ajudado pelo Dr. Manhatan (Billy Crudup), um humano que acidentalmente fora geneticamente modificado e ganhou poderes e formas sobre-humanas. Quando chega 1985 a Guerra Fria está no seu limite e a qualquer momento uma guerra nuclear, vitimizando milhões de pessoas, irá acontecer, preocupando o eleito pela quinta vez consecutiva presidente Nixon. É então que um dos mascarados é assassinado, o Comediante (Jefrey Dean Morgan), e um de seus antigos companheiros Rorshach (Jackie Earle Haley) teme que exista um assassino de mascarados à solta, e começa a investigar os casos, junto com outros ex-companheiros, tais como Coruja (Patrick Wilson), Espectral (Malin Arkeman) e Adrian Veidt (Mathew Good).

A trama é complexa, a premissa é fabulosa. Realmente a idéia original é sublime, genial. Acompanhamos um mundo distorcido e ao mesmo tempo realista, natural, ao refletimos sobre a natureza destruidora e selvagem do homem. Portanto, em relação à mensagem da trama, o filme deve ter se mantido fiel aos quadrinhos. Temos entretanto ótimas, boas e irregulares atuações, diria até ruim em alguns casos. Patrick Wilson é o primeiro a decepcionar, o talentoso ator falha ao tentar passar a fragilidade sentimental de seu personagem de maneira muito perplexa, e cai em exageros, assim como Malin Akerman aspira enorme sensualidade com sua Espectral, mas não tem sucesso na parte dramática. Mathewm Goode e Billy Crudup interpretam de forma simples seus personagens, assim como Carla Gugino que pouco faz. O destaque mesmo fica para dois atores que incorporam em si personagens bem parecidos em sua personalidade, tanto humorística e sádica, como auto-destrutiva. Jackie Earle Haley voltou com tudo na sua carreira e é impactante e perturbador desde da primeira à última tomada. Já Jefrey Dean Morgan, além de pegar o melhor persona, o explora detalhadamente e o transforma na mais perfeita visão da realidade que aquele mundo tomou, personagem marcante e uma atuação fantástica (seria o máximo um Downey Jr. nesse papel).

Os roteiristas, embora falhem repetidas vezes, como a mal explorada e abordada relação entre Laurie (Espectral) e Dan (Coruja), tal como esta com Jon (Manhatan) e em situações cômicas pouco interessantes e nada plausíveis, são perdoados ao conseguirem retirar a essência da obra de HQ, a verdadeira eficácia desta. Zack Snyder prova mais uma vez ser talentoso, e abandona a excessiva utilização estética do bom ´´300`` para uma abordagem mais realista e sombria do mundo retratado, além de manter a narrativa em um ritmo forte e concentrado, mesmo perdendo sua freneticidade em algumas sequências. Embora perca-se em alguns momentos do longa (algo impossível de não acontecer para um diretor iniciante numa trama tão complexa) ele realiza uma boa continuidade épica e misteriosa, com excelentes cenas de ação e luta, pecando um pouco ao cair no superficialismo no estudo intímo de certos personagens. O maior erro de sua direção, porém, fora talvez a escolha da trilha sonora da fita, pois embora as músicas na sua maioria sejam clássicas e memoráveis, em nada se assimilam ao exato momento que está transcorrendo nas telas. Talvez uma tentativa de tornar o filme como ´´cult`` mal sucedida.

Com qualidades técnicas invejáveis e extremamente bem realizadas, ´´Watchmen``, embora possua suas falhas, apresenta-se como uma obra competente não somente aos fãs da graphic novel, sobretudo aos bons admiradores de uma aventura ficticia, um retrato de um mundo paralelo que poderia ser o nosso e infelizmente ainda pode vim a ser, por mais surreal que possa parecer.

Cotação: 8.0

quinta-feira, 12 de março de 2009

BDC Awards 2009 - Elenco e Revelação

Melhor Elenco
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Onde os Fracos Não Têm Vez (Josh Brolin, Javier Bardem, Tommy Lee Jones, Woody Harrelson, Kelly MacDonald): em termo de estrelas não chega a ser o melhor elenco, mas tendo em vista o conjunto da obra, ou seja, a união de todo seus atores, em perfeita sincronia e encaixe com a trama, e sobretudo a peculiaridade intíma de cada personagem expressa através de intensas e poderosas atuações de seus protagonistas, principalmente por parte de seu trio principal. Josh Brolin cativa o espectador e passa uma naturalidade incrível, Javier Bardem é soberbo numa performance sombria e amedrontadora, além de um inspirado Tommy Lee Jones. É de seu elenco a grande importância da trama girar de maneira tensa e crua, extremamente realista.

2° Batman - O Cavaleiro das Trevas (Cristhian Bale, Heath Ledger, Aaron Eckhart, Maggie Gylenhall, Michael Caine, Morgan Freeman, Gary Oldman): a resposta está transcrevida entre os parênteses logo atrás. Um elenco invejável de primeirissíma linha, retirando o máximo de seus protagonistas, além de retratar muito bem personagens secundários, excelentemente explorados pelos seus atores. Ledger sem comentários.



3° Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (Philip Seymour Hoffman, Ethan Hawke, Marisa Tomei, Albert Finey): forte casting e todos visceralmente poderosos nas suas participações. É exemplar a notória maturidade e naturalidade de cada integrante do filme, principalmente pelo quarteto, com destaque para Philip.


4° O Gângster (Denzel Washington, Russel Crowe, Josh Brolin, Cuba Gooding Jr, Chiwetel Ejiofor, Ruby Dee): Washington e Crowe duelando é fantástico, além de termos participações inspiradas de novamente Brolin e Cuba Gooding Jr, contando também com o em constante ascenção Chiwetel Ejiofor.


5° Na Natureza Selvagem (Emile Hirsch, William Hurt, Marcia Gay Harden, Jena Malone, Catherine Keener, Hal Holbrook, Vince Vaughn): elenco fortissímo, e embora à exceção de Hisch todos os outros sejam secundários, tiramos destes atuações belas, principalmente pelo Hal Holbrook e William Hurt.


Melhor Revelação
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Sam Riley (ator em Control): a maior e mais grata surpresa ao assistirmos o excelente ´´Control`` é seu protagonista, o jovem Sam Riley. De maneira impactante e realista o ator incorpora Ian Curtis de uma forma natural incrível, e que mesmo sendo um personagem com inúmeras e repetidas falhas, consegue captar o espectador através de seu carisma e sua evidente solidão depressiva (refletida no olhar sempre triste do ator), da qual nos faz sentir pena ao invés de incompreensividade. Riley é detalhista e preciso nos seus caracteres, além de transportar para as telas emoção pura, singelismo dramático verdadeiro e degradante. Lembrando até fisicamente o próprio Curtis o ator realiza a proeza de lembrar muito mais interiormente o cantor. Com uma atuação peculiar e surpreendente como esta, Riley tem um grande futuro pela frente.

2° Vincent Paronnaud e Marjani Satrapi (direção em Persépolis): Satrapi conta sua própria história novamente, desta vez num longa de animação, e que ajudada por Vincent é a mais perfeita adaptação dos quadrinhos da obra original. Conduzem o roteiro de forma brilhante, mágica e encantadora.


3° Saoirse Roman (atriz em Desejo e Reparação): a garotinha consegue ser o grande destaque do elenco do longa, onde temos atores como James Macvoy, Keira Knightey, Vanessa Redgrave. Portanto sua presença nessa categoria é indispensável.



4° Sandra Corveloni (atriz em Linha de Passe): vencedora do prêmio de melhor atriz em Cannes e merecidamente. A atriz de teatro começou sua carreira no cinema, embora tarde, com pé direito, com uma atuação simples, mas extremamente emocionante.



5° Dillon Freaser (ator em Sangue Negro): o único elo de humanidade restante do personagem principal é interpretado com suavidade e simplicidade por uma criança que embora possua poucos diálogos, ganha aspectos adultos ao longo da projeção.